Nem sempre desafio e remuneração são garantias de que é o momento correto para mudar de emprego. A decisão não é tão simples e deve ser feita cuidadosamente.
Para cada fase da carreira e cada posição no organograma, o peso e as análises são distintas. Aos iniciantes com menos responsabilidades pessoais, menores salário e visibilidade corporativa, a decisão pode (e deve) ser baseada em dinheiro, conhecimento e desafios.
Quanto mais se sobe no organograma, mais cuidado deve-se tomar. Dinheiro e desafio não são garantias de sucesso, muito menos de empregabilidade. Para mudar de emprego em nível gerencial e executivo, deve-se levar em consideração os apoios políticos que terá na nova empresa.
Entrar em um ambiente onde não se conhece ninguém é muito arriscado. Não é raro encontrar executivos que passaram menos de seis meses na empresa porque a chefia imediata não simpatizou ou por causa de alterações organizacionais que acabam atingindo sempre os que possuem menos raízes.
A desmotivação e sensação de não ter mais para onde ir podem parecer sinais de fim da linha. Mas nem sempre são! Uma mudança de área na mesma empresa pode trazer mais benefícios a longo prazo do que a mudança de empresa.
Contudo, tome muito cuidado. Ficar muitos anos na mesma empresa sem um crescimento vertical vai, a longo prazo, denegrir sua imagem na empresa e no mercado. Não mudar por comodismo é um bom indício para mudarem com você.
O importante é lembrar que todo grande risco traz, além de grandes medos, excelentes oportunidades. A decisão é como em um jogo de poker: permanece quem tem mais poder de blefe e fichas para pagar para ver.
As dicas para quem pretende mudar de emprego são:
1- saiba exatamente por que quer mudar de emprego: motivação, chefe e situação corporativa mudam todos os dias. Não seja passional;
2- imagine-se daqui a dois anos e responda se a empresa em que você está e a que você almeja podem te oferecer oportunidades para chegar efetivamente aonde você quer;
3- Cuidado com o voo de galinha: uma história bem contada e uma boa indicação podem te levar a uma ótima posição. Mas tenha humildade para saber se a cadeira onde irá sentar é maior que você;
4- Sua estabilidade e paz não estão ligados apenas ao seu bom desempenho. Procure saber qual o momento da empresa que te fez a proposta e se ela terá realmente condições de alcançar os objetivos para os quais está sendo contratado;
Por último, talvez o mais importante de todos: decida mudar de emprego durante a sua melhor fase porque, como um jogador de futebol, o melhor momento para negociar seu passe é quando você está em alta. Em momentos de baixa, nem time da segunda divisão quer jogador desesperado.
texto: Alberto Parada
Professor de MBA e Pós-graduação da Fiap
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
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